Feliz Páscoa: tudo mudou!

A Páscoa nos lembra que tudo mudou. Que nada mais continua sendo igual ao que foi um dia. O Filho de Deus veio ao mundo e, na Páscoa, nos lembramos do que Ele fez.

A coisa mais horrível que poderíamos esperar. Aquele que estava com Deus desde o princípio, que criou as estrelas e cada um de nós, se fez sacrifício, veio como servo, se humilhou e morreu, em uma cruz. Se entregou. Abriu mão de ser como Deus e se fez um homem condenado. Foi desprezado e rejeitado. Tomou sobre si as nossas dores. E as nossas doenças pesaram sobre Ele. Foi ferido por nossa rebeldia e esmagado por nossos pecados. Foi oprimido e humilhado. Calado, não abriu a boca. Condenado injustamente e abandonado por todos os seus amigos.

A coisa mais bonita que poderíamos imaginar. Ele venceu a morte, ressuscitou ao terceiro dia e doou a sua vida para cada um de nós. Abriu caminho até o Pai, nos reconciliou com Deus e nos incluiu nesse relacionamento misterioso de amor. Restaurou a nossa sorte. Mudou o nosso destino. Sarou as nossas feridas, trouxe cura verdadeira para todos os medos, os traumas, as dores. Abraçou nossa vulnerabilidade. Acolheu-nos no seio do Pai. Deu-nos um novo nome, uma identidade, uma família, um lar. A liberdade total do pecado. A promessa de uma vida plena, inteira, completa. Alegria indescritível e plenitude perfeita.

A luz venceu a escuridão mais escura. A vida prevaleceu diante da morte. A imortalidade revestiu a mortalidade.

Não do jeito que esperávamos, não como gostaríamos, não como faríamos se estivéssemos em seu lugar. Muito além, infinitamente mais do que podíamos sequer desejar. Generosidade, abundância, vida eterna.

Na Páscoa, ouvimos a voz de Jesus dizendo: ‘Esqueçam tudo isso, não é nada comparado ao que vou fazer. Pois estou prestes a realizar algo novo. Vejam, já comecei! Não percebem?’ ‘Vejam, faço novas todas as coisas!’.

Tudo se fez novo. E ainda que não percebamos isso de forma plena, já sentimos seus efeitos agora.

Jesus, o Filho de Deus, mudou tudo. Ele mudou o tempo e a forma como contamos os nossos dias. Ele mudou a história e a forma como interpretamos o que aconteceu. Ele mudou os ritmos, os rituais, as rotinas. Mudou a lógica, o jeito de entender, o pensar. Mudou os afetos, os amores, o paladar, o olhar, o sentir. Mudou os padrões de sucesso e felicidade.

Ele virou a mesa e o mundo de cabeça para baixo. Ele restaurou a esperança, nos deu um futuro e uma realidade. Ele nos amou e amou até o fim.

A maldição do exílio, de vagar em uma terra estranha, de ser sempre estrangeiro, de não ter um lar, de não ter lugar… acabou.

A confusão de não saber quem sou, de não ser capaz de conhecer o outro, de viver em inimizade, de desejar desesperadamente companhia, mas afastar cada vez mais as pessoas… acabou.

O medo, o desespero, a solidão, a angústia, a tristeza, a falta de sentido… acabaram.

Todas essas consequências do pecado e da morte, vividas diariamente por cada um de nós, foram conquistadas pelo nosso Senhor, na cruz. E a Páscoa nos lembra que não estamos mais sujeitos a nenhuma delas. Pois, agora, até o sofrimento se tornará em bem para mim. E até a morte, em lucro.

Não estamos mais sozinhos. Somos amados. Tudo mudou! Chegamos em casa. Encontramos o Amor. Recebemos a Vida.

Celebramos a Páscoa como a passagem na qual o sentido de todas as coisas foi restaurado e vivemos já uma nova vida, eterna, imortal.

E a Páscoa nos lembra que vida eterna é isto: ‘conhecer a ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste ao mundo’.

Celebramos na Páscoa a revelação completa do Deus verdadeiro e essa inclusão misteriosa de homens e mulheres na comunhão de amor entre Pai, Filho e Espírito Santo.

Feliz Páscoa a você que foi alcançado por esse mistério e que, ainda em parte, percebe vislumbres dessa mudança em sua vida!

Fonte O Lecionário